Machaut

Autoria
Hugo


Conceito de Ars Nova (Técnica ou Arte Nova):
       Ars Nova foi o nome dado por Philippe de Vitry a um novo método de notação musical (ars nova notandi) que apresentou  grandes facilidades de escrita, dando assim origem a um novo estilo musical, que vigorou no século XIV, especialmente em França e em Itália.
        O que distingue a Ars Nova da Ars Antiqua é o surgimento de novos ritmos, harmonias e a temática, sendo privilegiados os géneros de música profana, apesar de também terem sido criadas várias estruturas novas de composição, como o moteto. Mas a diferença que teve mais impacto foi o surgimento do compasso binário.
Notação:
       Aperfeiçoou-se o sistema da pauta, modificou o grafismo, introduziram-se diversos símbolos inteiramente novos, dando assim aos compositores e músicos um instrumento gráfico muito mais flexível e exacto, para descrever e transmitir os avanços técnicos. No final do período as inovações receberam ainda maior sofisticação, dando origem à escola chamada Ars Subtilior, a arte mais subtil.
       Tanto o sistema de notação Italiano como o Francês sofreram alterações.
       O sistema de notação francês consiste na subdivisão das células rítmicas.
       A “longa”, a “breve” e a “semibreve” dividiam-se em duas ou três notas do valor imediatamente inferior.
       Ou seja, num compasso binário, uma “longa” podia dividir-se em duas “breves”.
       Foram atribuídos nomes às diferentes divisões:
       Divisão da longa: Modo
       Divisão da breve: Tempo
       Divisão da semibreve: Prolação
       Foram introduzidas também a “mínima” e a “semínima”, que eram usadas para indicar ritmos mais curtos.
        Este sistema prevaleceu sobre o Italiano.

O Legado da Ars Nova
Os compositores libertaram-se da sua dependência das formas eclesiásticas, e podiam agora dar uso à sua criatividade noutros géneros e espaços.
Além disso, a Ars Nova e sobretudo a isorritmia, foi uma inspiração para os compositores do século XX, estimulando pesquisas no território rítmico e harmónico.

Guillaume de Machaut (c.1300 – Abril de 1377):
       Foi um compositor e poeta francês que viveu no Séc. XIV.
       Nasceu em Machault, a cerca de 39 quilómetros de Reims, e estudou composição em Paris.
       Foi cónego de três cidades francesas, entre elas, Reims.
       Com a morte do rei, em 1346, na batalha de Crécy, passou a servir então a sua filha, Bona de Luxemburgo, assim como a Carlos, o Mau, rei de Navarra e Duque de Berry.
       Era já considerado por muitos um dos maiores compositores e poetas do seu tempo. Em 1359 defendeu Reims do ataque de Eduardo III, de Inglaterra.
       Já idoso, por volta de 1362, Guillaume de Machaut apaixonou-se pela jovem Péronelle d'Armentières (Péronne de Jouveignes), de 19 anos, com quem manteve correspondência poética e amorosa e para quem escreveu Dit du Vergier.
       Machaut começa por compor usando técnicas da Ars Antiqua, mas rapidamente se adapta às técnicas mais recentes.
       Machaut aplica a isorritmia, seguindo as regras propostas por Vitry, como a utilização da divisão  binária. O seu estilo é marcado por uma grande riqueza rítmica.
       Foi autor de composições seculares para os seus poemas, normalmente em estilo monofónico. Ma fin est mon commencement (O meu fim é o meu começo) é uma das composições mais representativas do génio, onde o título esclarece a sua construção: a peça é de facto um Rondó, com estrutura ABACADA; de modo que a peça acaba com o seu começo.

Obra de Machaut:
       24 motetos, cerca de 42 ballades, de 22 rondeaux, de 33 virelais, 19 lais, 1 complainte e uma chanson royal. Obras importantes de Machaut incluem: De Toutes Flours, Le Lay de Bonne EsperanceDouce Dame Jolie e a Messe de Nostre Dame.
Poemas, crónicas e compilações: La Prise d'AlexandrieDit du VergierConfort d'AmiFontaine AmoureuseRemède de Fortune.